sexta-feira, abril 22, 2005

Sorteio de uma IVG

Este assunto já está tão discutido que neste post possivelmente não aparece nada de novo. No entanto, aqui vai:
Antes de se discutir direitos da mulher ou a discriminação para quem não pode pagar abortos em Espanha ou a hipocrisia da actual lei, há uma questão de princípio que tem que ser esclarecida: o que é uma vida humana?

Quem é contra a despenalização do aborto com o argumento de que o embrião é já uma vida humana, tem que ser também contra a actual lei. É um princípio compreensível dizer que a vida começa com a fecundação. Mas se assim é, o embrião tem que ter todos os direitos consagrados a um ser humano. Sem excepções, e a lei actual abre 3:

- em caso da gravidez resultar de violação da mãe.
Por muito revoltante que seja este crime, não se pode matar um ser humano por algo de que ele nem sequer é responsável. A culpa não é hereditária.

- em caso de má formação grave do embrião/feto.
Se são seres humanos, que política é esta de os matar porque nascerão com deficiência? É uma política de um regime nazi. Para mais, os médicos também erram e não raras vezes os prognósticos não se verificam.

- em caso de risco de vida para a mãe.
Acabar com uma vida por outra estar em risco? Partir do príncipio que uma vida é melhor que a outra e como tal não vale a pena arriscar? Todos têm os mesmos direitos.

Assim, quem defende que a vida começa desde a concepção, só pode ser contra qualquer aborto, independentemente das circuntâncias.

Quem defende o liberalização, apenas tem que dizer quando e porquê começa a vida humana. Com o nascimento? Aos 8 meses de gestação? Às 16 semanas? Porquê?

A melhor resposta é premiada com uma IVG em Espanha, viagem incluída.