terça-feira, junho 21, 2005

Temos que marcar

Por vezes encontro pessoas com quem tive no passado uma relação mais ou menos próxima. Nestes encontros casuais - pessoais ou por mail - oiço (leio) não raras vezes a frase "temos que marcar um jantar". Temos que marcar um jantar? Temos que marcar? Eu, quanto muito, tenho que ir ao dentista se me doer um dente ou tenho que ir trabalhar quando o mundo convida a mil actividades mais valorosas.
Agora não tenho que marcar jantar algum. Se quero jantar com alguém, se quero estar com outra pessoa, marco o jantar ou convido-a a beber uma garrafa de Casal Garcia. Mas não tenho que o fazer. Ou seja, a pessoa que diz "temos que marcar um jantar" está a dizer "Epá, eu jantava contigo se isso me curasse uma dor de dentes ou se me pagassem para tal. Visto isso não suceder, prefiro ficar em casa a cortar unhas no sofá".
Eu ficaria muito mais satisfeito se me dissessem logo esta frase. Há duas coisas que valorizo nas pessoas: a sinceridade e o gosto por uma boa cortadela de unhas.
Brevemente vou falar das pessoas que me dizem "Olha Manel, um grande abraço" enquanto me apertam a mão.