quarta-feira, novembro 30, 2005

Sexo: uma obrigação para com a espécie

Em determinados documentários é mais ou menos recorrente afirmarem que os humanos são a única espécie que tem sexo por prazer. Os restantes animais será apenas por instinto de continuidade da espécie.

Há até quem afirme que o que distingue os humanos dos outros animais é exactamente terem sexo por prazer.
Quero aqui salientar que concordo inteiramente com esta ideia. Lembro-me perfeitamente de quase ouvir os pensamentos do meu cão quando passava alguma cadela com o cio: "Tenho que ter sexo com aquela cadela senão daqui a quatro mil anos a espécie canina pode estar em perigo!!".

terça-feira, novembro 22, 2005

Foi você que pediu um aeorporto?

É oficial. O aeroporto da Ota é um erro crasso. O ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações, Mário Lino afirmou hoje:

"Não conheço outro projecto desta dimensão que tenha sido tão estudado, nem mesmo a ponte Vasco da Gama ou a barragem do Alqueva".

A ponte Vasco da Gama foi uma estupidez: não tirou trânsito à ponte 25 de Abril, não serviu população alguma, apenas entregou uma área que ainda estava relativamente preservada à especulação imobiliária. O próprio ministro que lançou o seu projecto, Ferreira do Amaral, reconheceu que em termos de ordenamento do território a ponte não servia para nada.

Relativamente ao Alqueva, para além da especulação imobiliária à sua volta e de servir para regar mais uns campos de golfe que hão-de contribuir para a progressiva desertificação do país, não se descobriu ainda qualquer relevante utilidade.

Assim, o actual ministro a comparar o novo aeroporto a estes dois projectos está definitivamente a assumir a o erro que é este projecto. No entanto haverá sempre pessoas a lucrar muito com estes erros que todo o país paga. Eu, por exemplo, com a ponte Vasco da Gama, ganhei um óptimo local para participar em corridas de street racing. Obrigado!

segunda-feira, novembro 21, 2005

Is Friday, I'm in strike!

Os professores fizeram greve. Surpreendentemente foi na sexta-feira. Segundo os números revelados, o abstencionismo dos professores é superior a 9%, ou seja, significa quase um dia de falta a cada duas semanas. Por isso, mais dia de ausência, menos dia de ausência, nem se nota. Para mais a greve é justa: visto ser uma classe tão doente, que tantos atestados médicos utiliza, bem merece ser mais apoiada. Além de que organizar uma greve é o único trabalho que os mais de mil professores dedicados a tempo inteiro aos sindicatos devem ter.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Tanga mails

Uma das pragas da internet são e-mails que circulam cujo seu conteúdo é falso e alarmista. A par deste tipo de mensagens, há outras muito em voga, que são mails de indignação, a maioria relativa ao Estado. Subscrevo  inteiramente que o Estado tem milhares de coisas com que indignarmos: são quase tantas como os funcionários que tem.

No entanto, muitas vezes, esses textos são um bocado imbecis.
Por exemplo:

"
O Ministério da Justiça tem uma coisa chamada ITIJ (Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça). Ocupa um edifício de 7 ou 8 pisos. Trabalham lá mais de cento e tal almas, a grande maioria delas, supostamente, especialistas na área da informática.

Tem um organigrama cuja dimensão pede meças aos gigantes da informática, tipo IBM, Microsoft, Oracle e outras. Aquilo tudo fica ao Estado, que é como quem diz, ao nosso bolso, em muitas dezenas ou centenas de milhares de contos por mês.

Então (e aqui até estou a dar um grito capaz de acordar a vizinhança) naquela mastodôntica estrutura de tecnologia informática não haverá um raio de uma alminha, uma só que seja, que saiba o suficiente de web sites para dar uma mãozinha na manutenção de um site tão indigente como o do MJ, sem se gastar nem mais um tostão?

Foi preciso contratar uma assessora a quem pagam mais de 600 contos por mês só para "manter" o site? Para que raio serve o ITIJ se não for para coisas básicas e comezinhas como manter um site do próprio Ministério de que depende?

Isto é gravíssimo e a solução só pode ser uma de duas: ou o Ministro emenda a mão, demite a assessora e incumbe o ITIJ de manter o site, visto que é quem tem o dever legal de o fazer, ou então extingue o ITIJ imediatamente posto que parece não servir para coisíssima nenhuma, nem mesmo para executar uma tarefa tão básica como seja manter um simples site como o do MJ - coisa que qualquer estudanteco de informática estaria disposto a fazer à borla só para manter o treino e fazer currículo...As duas coisas - a assessora (salvo

seja, que nada tenho contra a senhora) e o ITIJ - é que não podem continuar!

É uma V E R G O N H A!»

..

Cumpre-me apenas acrescentar, para que se façam as devidas comparações, que o salário ilíquido de um Juiz do Tribunal de 1.ª Instância (em início de carreira) é no valor de Eur. 2.355,87, portanto inferior ao salário da dita assessora, que não tem, designadamente, nem a responsabilidade funcional, nem o risco, nem as restrições pessoais e estatutárias, de exclusividade, obrigação de residência e restrição de ausência da área de circunscrição, a que todos os Juízes estão sujeitos. É esta a valoração que se faz em Portugal dos titulares do órgão de soberania Tribunais...

"


Esta última frase é da treta. A teoria exposta (possivelmente por um juiz) é: Há uma gaja que ganha muito mais do que merece, mas o mal não é esse, o mal é ela ganhar mais q um juiz em início de carreira e como tal os juízes são todos uns pobrezinhos e discriminados.

 
Em vez de estar com choradinhos e poias, o senhor juíz se acha que o valor pago por aquele trabalho só pode ser explicado por cunha ou por incompetência que coloque um processo em tribunal ou faça uma denúncia por corrupção ou gestão danosa do responsável. Se a justiça conseguisse provar e condenar em tempo útil um caso desses seria mil vezes mais moralizador para o sistema que este tipo de textos.

Chegou também à minha redacção um comentário de uma leitora (L.) que aborda este texto:
"
Não sei bem o que será esse job. Porque também não sei bem o que se entende por "site do ministério da justiça". Não sei se é o mj.gov.pt o se é tudo o que se chama *.mj.pt. Não sei até que ponto é correcto chamar "indigente" e "simples" ao site.

Actualmente as coisas nos tribunais entregam-se por via electrónica. Acho que não passa pela cabeça das pessoas tudo o que isso envolve, especialmente em termos de segurança. Não me espanta que haja um edíficio cheio de gente a trabalhar nisso.

Se calhar é mau essa assessora ganhar mais que um juiz novato. Mas se calhar qualquer assessor ganha isso.
Daí a dizer que deviam extinguir o ITIJ...
"

Está aberta uma nova secção neste blog: a secção anti-mails da tanga.
Nota: As leitoras que têm o hábito de me enviar mails com fotos suas em tanga não parem de o fazer. Há mails da tanga e mails da tanga.

Nota 2: Não parem de enviar, também, os outros mails da tanga: afinal preciso de matéria-prima para a nova secção.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Pensamento filosófico

Tudo é para sempre. O que não é para sempre não chegou a ser. Estas palavras aplicam-se ao amor, à amizade e, se o leitor for uma galinha, aplicam-se também à gripe.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Mega Tótós

Já alguém ouviu a Mega FM?
Pois, bem me parecia que sim. E já alguém viu aquele sketch [há alguma palavra portuguesa para usar em vez desta?] dos Gato Fedorento em que três jovens pretendem ter uma claque de futebol "bem comportada"? Pois, bem me parecia que também alguém já tinha visto esse episódio.
Os locutores da Mega FM não vos fazem lembrar esses três personagens? Os três claquistas (?) pretendem ter as actividades habituais de uma claque mas dentro do estrito cumprimento das regras de boa educação, do respeito e do politicamente correcto. Os locutores da Mega FM prentendem parecer muito jovens e muito radicais mas estão presos ao rigoroso e púdico código de conduta que a Rádio Renascença impõe.
Ou seja, soa tudo a uma cambada de tótós que prentende parecer radical. Mas tótós no bom sentido. Não estou aqui para ofender ninguém.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Estupidez disfarçada de jornalismo

Voltei a ler este post e não tinha piada. Até aqui tudo bem, era como os restantes. No entanto estava à espera de ter comentários insultuosos e indignados. Tal não aconteceu.

Assim virei-me para ele (o post) e disse-lhe: "És um inútil, não tens lugar neste blog."
Ele ainda começou a gritar "Isso é discrimin..." mas antes que lançasse mão ao cocktail molotov, eu apaguei-o.