A chuva dá trabalho a muita gente

Hoje de manhã pingalhou. Choveu, mas nada por aí além. No entanto, como é hábito, houve inúmeros acidentes nos acessos a Lisboa e um pouco por todo o país.
Sempre que chove é assim, há muitas pessoas que não sabem que com a estrada molhada a condução tem que ser um pouco diferente. Assim sendo, houve um facto que muito me surpreendeu durante o ano passado. Esse foi um ano de seca, em que o número de gotas de chuva que caíram neste país é comparável ao número de palavras ditas pelo então futuro candidato à presidência Cavaco Silva.
Num país em que todos as pessoas se queixam, desde os agricultores, quer porque chova ou faça sol, até às pessoas que têm uma casa oferecida em troca da barraca que construíram ilegamente, houve vários grupos de profissionais de quem não se ouviu um lamento e que foram duramente afectados pela seca. Refiro-me aos mecânicos, bate-chapas e proprietários de empresas de reboque.

Uma lareira em casa dá um jeitão

O Governo português "lamenta e discorda" da publicação de "cartoons" sobre o profeta Maomé que no, seu entender, "ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos".
"Todos os que professam essas religiões têm direito a que tais símbolos e figuras sejam respeitados. O que se passou recentemente nesta matéria em alguns países europeus é lamentável".
Esta é a posição oficial, manifestada ontem através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) assinada pelo chefe da diplomacia portuguesa, Diogo Freitas do Amaral.

Ao saber isto ontem acendi a lareira. Porque estava frio é certo, mas aproveitei as chamas para:
- queimar os DVDs dos Monty Phyton.
- queimar o DVD dos Gato Fedorento porque em mais que um sketch eles brincarem com Deus.
- queimar o livro "O Envagelho segundo Jesus Cristo" escrito pelo nosso único prémio Nobel da Literatura.
- queimar o CD do "Gabriel, o Pensador" por ele ofender os pastores da "Igreja do Reino de Deus".
- queimar "Os Versículos Satânicos" cujo autor foi justamente condenado à morte pelo Islão há uns anos atrás.


Para além disto chicoteei violentamente as minhas costas como penitência pelo meu anterior post.

Agora aguardo que em breve algum imã se indigne por no Ocidente as mulheres poderem andar na rua de cara destapada e de não apedrejarmos as que cometem adultério.
Nessa altura o nosso governo deverá igualmente adoptar de imediato essas medidas para não ofendermos dessa forma vil a religião dos outros.
Assim sendo já comprei a burka para a Maria e já tenho umas boas pedras para atirar à mulher casada com quem tive um caso no passado.

Contra-cartoonada

Os árabes estão furiosos por causa de uns cartoons com o Maomé. Estes foram publicados num jornal dinamarquês e mostravam o profeta com uma bomba no turbante, a ser preso e em diversas outras situações.
O jornal pediu desculpa mas o mundo muçulmano continua a ver a publicação dos desenhos como uma grande ataque do Ocidente aos seus valores.

Pedir desculpa foi um disparate. Na Europa a imprensa é livre, não tem que pedir desculpa por isto. Deviam era ter mostrado que não era nada de pessoal contra os muçulmanos. E só havia (há) uma forma de o fazer. Publicando cartoons de Jesus Cristo em situações menos de acordo com o discurso da igreja católica. Desta forma estariam a dizer aos muçulmanos: "Estão a ver? Nós não temos nada contra vocês, nós somos mesmo uns depravados que gostamos de gozar com toda a gente". Aposto que a reação árabe seria "Ah, então é isso? Então tudo bem."


Tenho uma série de ideias para esses cartoons. Eu próprio os faria se tivesse jeito para o desenho. Mesmo assim ficam aqui algumas delas:

- Cristo a fumar um charro e a dizer "Tou no céu, men."
- Cristo a arrumar carros [Aquela barba e o cabelo não enganam]
- Cristo a apontar para uma pessoa enquanto segreda ao Hitler "Aquele ali é judeu" [uma alusão à coloboração da Igreja Católica com o regime nazi, através do fornecimento dos registo de baptismos para identificação dos judeus]
- Cristo a abusar de uma criancinha [afinal escandâlos de padre pedófilos não faltam na igreja católica]
- Cristo a acender uma fogueira onde está uma pessoa [a inquisição, pois então]
- Cristo numa orgia e a dizer "Crescei e multiplicai-vos"
- Cristo a entrar num bordel e a pensar "Espero que me calhe outra vez a Madalena"
- Cristo a dizer ao Papa, apontando para África: "Vamos lixar pretos. Eu já inventei a SIDA, agora só tens que ir ali dizer que usar preservativo é pecado".

Tenho mais algumas ideias, mas receio que sejam demasiado fortes.

O que é branco e acaba em arvo? O bolor, parvo!

Do céu caíram flocos brancos. Fui ver: era bolor!

Rastaparta: investe um gajo uma fortuna em publicidade e os totós todos deste país pensaram que era neve.
Era difícil perceber? Céu, azul. Flocos brancos, bolor. Logo, azul bolorento.